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O segredo das cebolas

Aprendermos em sala que uma das principais, senão a mais importante, características dos seres vivos é possuir células em sua constituição. Após aulas expositivas sobre as células, os educandos dos sétimos anos participaram de uma aula prática intitulada “Observação de células de cebola (Alium cepa)”. Aliado ao conhecimento sobre células, exploramos também um importante aliado no estudo de microestruturas, o microscópio.

Os alunos puderam compreender, na prática, que aquelas finas películas que formam o bulbo da cebola são constituídas de inúmeras células e que estas podem ser facilmente observadas ao microscópio óptico.

Inicialmente, nossos pequenos cientistas observaram que nesta simples película as células formavam estruturas parecidas com tijolinhos empilhados, organizados desta forma com o objetivo de formarem os tecidos, porém, nossa pergunta foi: porque não visualizamos as estruturas que compõem as células vegetais? São tantas as estruturas com funções e formas variadas que um simples arranjo de tijolinhos empilhados não nos causou muito espanto.

Neste ponto de nossa investigação, pudemos perceber como a ciência tem muito a nos oferecer e como diferentes corantes podem ser utilizados para visualizarmos estruturas celulares específicas. Dentre estes corantes, escolhemos o azul de metileno e constatamos que após algumas gotas desta substância na película da cebola, o que observamos ao microscópio foi muito diferente: o núcleo das células absorveram o corante e destacaram-se.

Como ciência é investigação, nossos cientistas saíram do laboratório com a missão de realizar uma investigação cientifica para enfim, desvendarem o mistério em torno deste corante. Porque somente os núcleos ficaram visíveis?

Descobriram que as técnicas de coloração são importantes em microscopia, pois permitem evidenciar estruturas celulares pouco perceptíveis. Os corantes absorvem certos comprimentos de luz visível e tem afinidade por determinados constituintes, facilitando assim, a visualização de determinados componentes celulares, como o núcleo, no caso do azul de metileno.

Portanto, além do fato de nos fazer chorar, a observação de uma simples cebola nos trouxe muito conhecimento. A choradeira que ela nos provoca é assunto para nossas próximas descobertas.

Por Fernanda Poleza, Professora de Ciências no Ensino fundamental: Anos Finais.