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Solidariedade para além do assistencialismo

Dando continuidade a este trabalho no ano de 2015, o Professor de Ensino Religioso e Sociologia, Vandelino Tessaro Sobrinho, refletiu com as turmas dos 8ºs e 9ºs anos do Ensino Fundamental Anos Finais sobre o que caracteriza o desenvolvimento de um Projeto Social, sua importância e relevância para o local em que vivemos. A partir desta reflexão, convidamos alguns alunos para organizar uma “Comissão” responsável para pensar ações e planejar propostas para o desenvolvimento de projetos sociais, sendo agente de mobilização para os demais alunos do Ensino Fundamental Anos Finais.

Nos dias 24 e 25 de junho, a Comissão de alunos visitou as instituições do “Asilo Dom Bosco” e da Associação “Amor para Down”, com o intuito de conhecer as realidades e fazer um levantamento das necessidades para, posteriormente, pensar em ações e parcerias.

No Asilo Dom Bosco, os alunos tiveram a oportunidade de conversar com a psicóloga Aline Emilio, responsável pelo acompanhamento dos idosos. Neste contato, perceberam que além das doações de alimentos, produtos de higiene, roupas, o que os moradores daquele local realmente precisam é de carinho, atenção e de visitas constantes. A doação, neste caso, está para além do que podemos mensurar materialmente, mas o afeto e o contato com jovens e crianças já faz a diferença para os idosos. “Pensem: a gente tem pai, a mãe, vê a família todo dia, almoça juntos. Os idosos permanecem naquele espaço esperando alguém visitar!”, comenta Letícia Rauber, aluna do 9º ano “A”.

Já na Associação “Amor para Down”, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a história de jovens e crianças com a mesma realidade, os mesmos interesses, porém com um cromossomo a mais. A conversa com a psicóloga Jéssica rendeu uma aula de Ciências, pois ela explicou detalhadamente sobre a Síndrome de Down, desmistificando preconceitos. Também tiveram uma “aula” de economia ao perceberem as despesas que uma associação como aquela tem para manter seus profissionais, equipamentos, água, luz, entre outras necessidades contando com doações da sociedade itajaiense.

Os alunos saíram das visitas mobilizados a contribuírem com as duas realidades, cheios de ideias e com vontade de começar imediatamente os trabalhos. “Pensei que as crianças com Síndrome de Down ficavam naquele espaço, fazendo atividades, não tinham família, como uma espécie de orfanato. Foi muito legal ver que ali eles apenas fazem atendimento, tem grupos de jovens e fazem as coisas como a gente!”, constata Leticia Mahnn Machado, aluna do 8º ano “A”.

Os projetos sociais são excelentes oportunidades para os adolescentes trabalharem o exercício da cidadania e se sensibilizarem com as necessidades do outro, permitindo a transposição de barreiras e preconceitos em benefício do outro, despertando o sentimento de solidariedade.

Por Graziele Vasques Rufca, Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental: Anos Finais.